A Missão Regresso à Pátria, programa de repatriamento gerido pelo governo venezuelano, detalhou na rede social Telegram que o grupo hoje chegado ao país é constituído por 14 mulheres e 138 homens.
O avião, que segundo a imagem partilhada era operado pela companhia aérea estatal venezuelana Conviasa, aterrou no Aeroporto Internacional Simón Bolívar, que serve Caracas.
A Missão destacou que este foi o 32.º voo ao abrigo do programa oficial, que na terça-feira informou ter facilitado o regresso de mais de 5.600 venezuelanos que se encontravam no estrangeiro, sobretudo nos Estados Unidos e no México.
Na terça-feira, mais 141 migrantes chegaram ao país num voo de deportação operado por uma companhia aérea norte-americana.
A maioria dos migrantes que chegaram ao país das Caraíbas foram deportados pelo executivo de Donald Trump desde fevereiro ado, após um acordo assinado em janeiro por Caracas e Washington, que não mantêm relações diplomáticas desde 2019.
Durante a campanha eleitoral, Trump prometeu deportar milhões de pessoas que estão no país ilegalmente.
Os Estados Unidos revogaram em maio o Estatuto de Proteção Temporária (TPS) de cerca de 350 mil venezuelanos no país, sob críticas do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
"Rejeito e repudio a tentativa criminosa de retirar o estatuto de TPS aos migrantes", afirmou Nicolás Maduro durante um discurso em 21 de maio transmitido pela televisão pública venezuelana, sublinhando que foi "toda a máfia de Miami que pediu para retirar este estatuto" aos cidadãos venezuelanos.
Maduro acusou o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e a congressista republicana María Elvira Salazar de serem os principais responsáveis por estas deportações.
"Mais cedo do que tarde, numa Venezuela recuperada, numa Venezuela próspera e forte, todos os emigrantes regressarão ao seio das suas famílias e reunificaremos toda a família venezuelana", disse o chefe de Estado.
Os comentários foram feitos um dia após o Supremo Tribunal dos Estados ter permitido que o Governo do Presidente Donald Trump revogasse este estatuto a milhares de migrantes do país latino-americano para facilitar a sua possível deportação.
O Supremo Tribunal decidiu a favor da proposta, que procura acabar com esta proteção, que foi aprovada pelo ex-Presidente norte-americano Joe Biden.
A medida adotada por Biden permitiu que os venezuelanos continuassem a beneficiar de proteções específicas até outubro de 2026, abrindo caminho para que trabalhassem legalmente nos Estados Unidos.
Este estatuto também os protegia das deportações.
O programa do Governo do Presidente Donald Trump para deportações em massa tem sido contrariado ou travado por numerosas decisões judiciais, incluindo do Supremo Tribunal, de maioria conservadora, nomeadamente com o argumento de que os visados devem poder fazer valer os seus direitos.
Em maio, o Supremo Tribunal norte-americano rejeitou um recurso do executivo Trump para retomar de imediato deportações de venezuelanos ao abrigo de uma lei de guerra de 1798.
Com dois votos contrários, os juízes emitiram uma deliberação de emergência favorável a venezuelanos acusados de serem membros de gangues, designação que o executivo defende permitir a sua remoção rápida dos Estados Unidos ao abrigo da Lei de Inimigos Estrangeiros, de 1798.
O Supremo Tribunal interveio em abril de emergência e bloqueou a transferência destes imigrantes para uma prisão de alta segurança em El Salvador, conhecida como CECOT.
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