Ex-'vice' das IDF: "Guerra devia acabar o mais rapidamente possível"

O antigo vice-chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa Yair Golan acredita que é possível fechar um acordo com o Hamas em dias e também que poderá "construir uma alternativa ao Hamas na Faixa de Gaza."

Yair Golan,

© Eyal Warshavsky/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Teresa Banha com Lusa
09/06/2025 16:42 ‧ há 2 horas por Teresa Banha com Lusa

Mundo

Médio Oriente

O líder do partido de esquerda Democratas, Yair Golan, apelou, esta segunda-feira, a que a guerra terminasse, apontando que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, não representa a maioria dos israelitas.

 

"Hoje, o governo de Israel não representa a grande maioria dos israelitas", referiu Golan, que é também um antigo vice-chefe do exército.

As declarações surgem dias antes de, a 11 de junho, o parlamento israelita realizar uma votação que poderá resultar na dissolução do governo, e, consequentemente, em novas eleições.

Em conferência de imprensa, citada pela Agência -Presse (AFP), Goland disse que depois de mais de 20 meses em guerra após o ataque do Hamas, Israel "devia acabar com a guerra o mais rapidamente possível."

O partido que Golan lidera tem apenas quatro dos 120 lugares no parlamento israelita, mas, segundo aponta a AFP, as coligações são essenciais em Israel por forma a atingir maiorias na política, e assim mesmo os pequenos partidos têm um poder considerável.

Golan afirmou que representa aqueles "que querem salvar a democracia israelita de um futuro corrompido" e da "visão messiânica, nacionalista e extremista de uma fação muito pequena da sociedade israelita."

"A grande maioria quer que Israel continue a ser a pátria do povo judeu e, ao mesmo tempo, um Estado livre, igualitário e democrático", considerou, defendendo que acredita que um acordo para a libertação de reféns pode ser conseguido em dias.

"Acredito que, se acabarmos com a guerra e libertarmos os reféns, conseguiremos construir uma alternativa ao Hamas na Faixa de Gaza", atirou.

Hoje, o partido judaico ultraortodoxo Shass, aliado de Netanyahu, ameaçou derrubar o governo, votando esta semana a favor de eleições antecipadas no parlamento.

O executivo de Netanyahu, um dos mais à direita da história de Israel, está ameaçado de queda devido à questão do serviço militar dos judeus ultraortodoxos, uma vez que há décadas que estes beneficiam de uma isenção cada vez menos aceite pela sociedade israelita, numa altura em que o país está em guerra contra o movimento islamista palestiniano Hamas em Gaza desde 7 de outubro de 2023.

Netanyahu tem de lidar com uma ala do seu partido, o Likud (direita), que pressiona por uma lei que vise recrutar mais ultraortodoxos e endurecer as sanções contra os insubordinados, um verdadeiro 'casus belli' (do latim, "caso de guerra" - expressão que se refere a um evento ou situação que justifica a declaração de guerra por um Estado) para partidos como o Shass, que representam os 'haredim' ("os que temem a Deus" em hebraico) e exigem uma lei que garanta de forma duradoura a sua isenção das obrigações militares.

Os dois partidos ultraortodoxos de Israel, Shass e Judaísmo Unido da Torá, são fundamentais para a estabilidade do governo de Netanyahu, e ambos têm bloqueado a atividade legislativa no país há semanas em protesto contra a lentidão do governo em aprovar o plano de isenção militar.

Leia Também: Centenas de pessoas manifestam-se em Lisboa pelo fim da guerra em Gaza

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