Ramalho Eanes "é o único representante vivo" dos fundadores da democracia

O Presidente da República assinalou hoje que o antigo chefe de Estado Ramalho Eanes é o único representante vivo do ciclo dos fundadores da democracia portuguesa e que com a condecoração que lhe atribuiu se vira uma página.

Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa,

© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
10/06/2025 20:55 ‧ há 2 dias por Lusa

País

10 Junho

Marcelo Rebelo de Sousa apresentou esta explicação, em declaração aos jornalistas, quando falou sobre as razões da condecoração, com o grande-colar da Ordem Militar de Avis, com que hoje agraciou o antigo chefe de Estado general António Ramalho Eanes, durante a cerimónia do 10 de Junho em Lagos, no distrito de Faro.

 

O Presidente da República considerou que esse foi um momento das comemorações "muito marcante".

"Na parte do meu discurso em que improvisei, disse que há aqui um fim de ciclo. Houve aqui o ciclo que correspondeu aos 50 anos da democracia e da liberdade, que continuou, felizmente, mas foi o ciclo dos fundadores, o ciclo da fundação [do regime]", justificou.

O antigo Presidente da República Ramalho Eanes, na perspetiva de Marcelo Rebelo de Sousa, "é um símbolo vivo desse ciclo", sendo "mesmo o único representante vivo desse ciclo fundador" da democracia portuguesa.

Ao condecorá-lo hoje, o atual chefe de Estado considerou que fez a Ramalho Eanes uma homenagem "por aquilo que ele fez antes, fez durante a Revolução [25 de Abril] e fez depois da Revolução, nomeadamente no arranque da democracia e da liberdade".

"Quando o condecorei, ele estava muito emocionado -- e eu não sei se não estava um bocadinho também", revelou.

De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, a condecoração de Ramalho Eanes representa "um virar de página".

"O que é bom, porque é um virar de página para o futuro, com muita esperança, com muita vontade, com muita determinação, mas agradecendo aquilo que foi o contributo dele e de muitos outros ao longo de 50 anos de democracia", referiu.

Durante as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em Lagos, "houve uma mistura de sentimentos, como sempre com uma grande adesão popular, e homenageou-se também as Forças Armadas na pessoa do Presidente Eanes".

De acordo com o portal das ordens honoríficas, a Ordem Militar de Avis, hoje atribuída ao general Ramalho Eanes, destina-se a premiar altos serviços militares, sendo exclusivamente reservada a oficiais das Forças Armadas e da Guarda Nacional Republicana, bem como a unidades, órgãos, estabelecimentos e corpos militares.

Segundo a Presidência da República, esta foi a primeira vez que foi atribuído o grande-colar da Ordem Militar de Avis, o mais alto grau desta ordem militar.

Ramalho Eanes foi o primeiro Presidente da República eleito por sufrágio universal em democracia, nas presidenciais de 1976, e cumpriu dois mandatos na chefia do Estado, até 1986.

Perante os jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se também à coincidência de alguns pontos do seu discurso com aquele que foi proferido pela escritora e conselheira de Estado Lídia Jorge, que presidiu este ano às comemorações do 10 de Junho.

"Não estava assim combinado, nunca soube qual era o discurso da doutora Lídia Jorge, só me mandou há dois ou três dias -- e aí já eu tinha escrito o meu discurso. Portanto, improvisei sobre aquilo que tinha escrito, cortando umas coisas e acrescentando outras. Foi tudo muito completo, com uma leitura do ado, do presente e do futuro", acrescentou.

Leia Também: Eanes elogia discurso de Marcelo e generosidade da condecoração

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