Juiz nos EUA ordena libertação do ativista Mahmoud Khalil

Um juiz federal norte-americano deliberou que o executivo de Donald Trump não pode deportar e deve libertar Mahmoud Khalil, estudante detido pelo seu ativismo pró-palestiniano na Universidade de Columbia.

Líder de protestos estudantis pró-Palestina, Universidade de Colúmbia,  Mahmoud Khalil

© REUTERS/Jeenah Moon/File Photo

Lusa
11/06/2025 23:37 ‧ ontem por Lusa

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Numa deliberação hoje conhecida, o juiz Michael Farbiarz afirma que Khalil demonstrou que a sua detenção prolongada está a causar danos irreparáveis à sua carreira, à sua família e aos seus direitos de liberdade de expressão.

 

Farbiarz deu ao Governo até sexta-feira para recorrer da decisão.

Para ser libertado, Khalil deverá pagar uma fiança simbólica de um dólar.

Numa deliberação anterior, o juiz tinha itido ser inconstitucional deportar Khalil, residente legal nos EUA, com base nos argumentos apresentados pelo executivo.

Khalil foi detido por agentes federais de imigração no dia 08 de março no átrio do seu apartamento pertencente à universidade, em Nova Iorque.

Depois, foi levado de avião para um centro de detenção de imigrantes em Jena, Louisiana.

Os advogados de Khalil contestaram a legalidade da sua detenção, argumentando que o executivo Trump pretende reprimir a sua liberdade de expressão.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirma ter o poder de deportar Khalil porque a sua presença no país pode prejudicar a política externa.

A detenção de Khalil integrou-se na estratégia do Presidente Donald Trump de deportar estudantes que, na sua perspetiva, se envolvem em "atividades pró-terroristas, antissemitas e antiamericanas", um rótulo que o Governo aplicou àqueles que criticam Israel e protestam contra a sua campanha militar em Gaza.

Durante a campanha, Trump prometeu combater o que classificou de antissemitismo nas universidades, além de deportar milhões de pessoas que estão no país ilegalmente.

Outras universidades têm reportado várias detenções pelas autoridades de imigração, relacionadas com manifestações ou publicações pró-palestinianas.

Em maio, um juiz federal ordenou a libertação de Rumeysa Ozturk, uma doutoranda de nacionalidade turca detida pelas autoridades em março por assumir posições pró-palestinianas e enviada para um centro de imigração.

O juiz distrital William Sessions, do estado de Vermont, libertou Ozturk, detida na sequência de um artigo de opinião que escreveu no ano ado criticando a reação da Universidade de Tufts, onde prossegue estudos de doutoramento, à guerra de Israel em Gaza.

Em separado continuará o seu processo de imigração, interposto pelas autoridades.

Ozturk, de 30 anos de idade, estava em vias de terminar os seus estudos em dezembro quando foi presa por agentes à paisana da polícia federal em Boston, pouco depois de sair de casa.

A estudante tinha escrito um artigo de opinião num jornal universitário a pedir à sua universidade que reconhecesse o "genocídio" contra os palestinianos, e que promovesse iniciativas no sentido das exigências dos estudantes para cortar laços com Israel.

Um porta-voz do Departamento de Segurança Interna justificou na altura que as autoridades federais detiveram Ozturk e revogaram o seu visto depois de uma investigação ter descoberto que se tinha "envolvido em atividades de apoio ao Hamas, uma organização terrorista estrangeira que tem prazer em matar americanos".

"Um visto é um privilégio, não um direito" e "glorificar e apoiar terroristas que matam americanos é motivo para que a emissão de vistos seja encerrada", acrescentou o porta-voz.

Após a publicação do artigo de opinião, o nome, a fotografia e o historial de trabalho de Ozturk foram divulgados em redes sociais que procuram documentar pessoas que "promovem o ódio aos EUA, Israel e judeus nos 'campus' universitários norte-americanos".

Amigos e colegas de Ozturk disseram que não esteve envolvida nos protestos pró-palestinianos que eclodiram nos 'campus' da universidade na primavera ada, acrescentando que o seu único ativismo conhecido foi ser coautora do referido artigo de opinião.

Leia Também: Manifestação pró-Palestina é compreensível perante "catástrofe"

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