"Esta semana aprovei um plano integral de aumento de forças para a estrutura e organização das FDI (Forças de Defesa de Israel), que inclui a criação de outra divisão, uma brigada blindada, uma brigada de infantaria e outras unidades", disse Zamir, durante uma visita às tropas no norte da Faixa de Gaza.
O diário The Times of Israel detalhou que entre as alterações está o aumento da presença nas fronteiras com o Líbano e a Síria, para que as brigadas lá colocadas "possam combater independentemente, se for necessário".
Na fronteira com a Jordânia vai ser instalada uma divisão, para operar na área fronteiriça comum a Israel, Síria e Jordânia, e reforçada a vala que separa os dois Estados.
Também foi anunciado o reforço da Divisão 96, a unidade militar mais recente, que integra mais de 10 mil efetivos, os quais vão ar a poder ter em casa as armas e equipamentos, para poder responder a eventos repentinos.
Acresce que a Brigada Blindada 500 foi reativada, depois de ter sido desativada em 2003.
Outro objetivo é a conversão da Marinha em um "braço estratégico de longo alcance", similar ao da Força Aérea, que bombardeia com regularidade Estados vizinhos.
Além deste aumento da "força mínima", Zamir quer também aumentar a margem de opções, através da subida do número de tropas tanto regulares como reservistas, dados os problemas que se estão a verificar com estes.
Quando acabam o serviço militar obrigatório (SMO), os israelitas am a integrar a reserva, onde focam até aos 41, 46 ou 50 anos, conforme o que fizeram no SMO.
A presente ofensiva contra a Faixa de Gaza levou à convocação de 300 mil reservistas. O índice de recrutamento foi de 120%, uma vez que houve voluntários que compareceram sem terem sido convocados.
Porém, a duração do ataque aos palestinianos fez com que, ao fim de 21 meses, muitos dos reservistas tenham estado integrados nas fileiras centenas de dias ou sido convocados várias vezes, o que está a esgotar este recurso.
Por outro lado, tem-se verificado um aumento da recusa entre os reservistas das convocações, dada a orientação que a ofensiva militar assumiu, diferente do objetivo inicial proclamado, que era o de resgatar os reféns, e as críticas internacionais que tem recebido, inclusive com acusações de genocídio.
Em março, a estação pública Kan estimou que o índice de recrutamento de reservistas tinha caído para 60%.
O líder do partido Israel Beitenu, Avigdor Liberman, que foi ministro da Defesa entre 2016 e 2018, apoiou as declarações de Zamir, nas redes sociais, e disse que "o chefe do Estado-maior tem razão. Devemos facilitar as coisas aos que servem. Recrutar toda a gente é uma necessidade de segurança".
As suas declarações são uma referência às pretensões da oposição para que o exército recrute os judeus ultraortodoxos, que até ao último verão estavam isentos de prestar o serviço militar. Porém, o fim da isenção não aumentou de forma significativa o número dos que aram a ser incorporados.
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