As restrições à entrada e as condições de trabalho inseguras resultaram numa redução de 57% do número de funcionários internacionais em Gaza em relação ao ano anterior, destacou hoje a OMS, num relatório em que denuncia este e outros obstáculos às suas atividades no enclave palestiniano.
O organismo da ONU recordou no documento que, desde 18 de março, ocorreram 56 ataques a instalações de saúde, incluindo hospitais, pessoal e ambulâncias.
Apesar disso, entre janeiro de 2024 e maio deste ano, 37 equipas de emergência, 35 delas internacionais, operaram em Gaza, realizando 2,7 milhões de consultas médicas, mais de 39.000 cirurgias de emergência e tratando 102.000 doentes traumatizados. Cinco hospitais de campanha foram mobilizados.
A OMS observou que o bloqueio total da ajuda humanitária em Gaza, que durou mais de três meses (iniciado enquanto o cessar-fogo ainda estava em vigor, em 02 de Março), levou a uma grave escassez de medicamentos, água e alimentos, no meio de um número crescente de doentes com ferimentos graves, doenças infecciosas e subnutrição.
Perante esta situação, a OMS reiterou hoje o seu apelo urgente ao o imediato a mantimentos básicos, à proteção do pessoal de saúde e dos doentes e à criação de corredores seguros e coordenados para a transferência de feridos e convalescentes.
Após mais de um ano e meio de guerra, a situação humanitária desastrosa na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes em 07 de outubro de 2023 no território israelita pelo movimento islâmico palestiniano Hamas, no poder desde 2007, que provocou 1.218 mortes, de acordo com uma contagem da agência noticiosa -Presse baseada em dados oficiais.
Mais de 55.000 palestinianos, a sua maioria civis, foram mortos na ofensiva israelita de retaliação em Gaza, de acordo com dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
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