A decisão representa o mais recente o das autoridades israelitas na campanha contra Gali Baharav-Miara, crítica frequente das decisões do executivo, sendo já alvo de acusações por parte de vários ministros de que teria motivações políticas.
Num comunicado citado pelo jornal digital The Times of Israel, o Ministério da Justiça israelita confirmou que o ministro Yariv Levin já solicitou ao comité que realize uma audiência sobre o assunto e que tome uma decisão quanto à eventual destituição da procuradora-geral.
Vários líderes da oposição criticaram duramente a medida, entre eles Yair Golan, líder do partido Democratas, que acusou o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, de procurar "um bode expiatório" para os seus "fracassos", através de uma mensagem nas redes sociais.
"Hoje é a procuradora-geral. Gali, há muita gente do teu lado. O povo está contigo. Continua a defender a lei de cabeça erguida", escreveu Golan.
Também Benny Gantz, líder da coligação Unidade Nacional, acusou, numa mensagem na plataforma X, o executivo de querer "mudar as regras do jogo a meio da partida", numa tentativa de "minar a legitimidade das instituições do Estado e culpar terceiros pela sua própria incapacidade de tomar decisões".
A imprensa israelita prevê que a decisão do Governo, de extrema-direita, seja contestada no Supremo Tribunal de Justiça.
Antes da aprovação da medida, a própria procuradora-geral já tinha criticado publicamente a proposta, considerando que representaria "um golpe mortal à independência" do cargo, segundo declarações divulgadas pelos jornais locais.