De acordo com o pré-aviso de greve, do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias da Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab), a paralisação quer também a valorização das categorias profissionais e a negociação do contrato coletivo.
A greve, iniciada às 00:00 de hoje, termina às 08:00 de sexta-feira, e hoje levou trabalhadores até aos Paços do Concelho de Pombal, no distrito de Leiria, onde foram recebidos pelo presidente do município, Pedro Pimpão, a quem entregaram uma moção.
Na moção, dirigida à Câmara Municipal e à população do concelho de Pombal, os trabalhadores afirmam que cumprem "mais uma jornada de luta" e lembram os milhões de euros de faturação registados pela empresa, "além dos largos milhões em ajudas do Estado e em benefícios fiscais".
"A vida dos trabalhadores e do povo em geral está cada vez mais difícil, o custo de vida aumenta a cada dia. Os parcos aumentos anunciados pela Sumol+Compal não respondem às necessidades dos trabalhadores, nem refletem, minimamente, uma justa distribuição da riqueza criada pelos trabalhadores", lê-se na moção à qual a agência Lusa teve o.
O documento adianta que, "reunião após reunião", a istração da empresa é alertada "para o conjunto das injustiças que estava a cometer", como "aumentos de salários baixos e que não respeitam a função e antiguidade da maioria dos trabalhadores".
Considerando inaceitável que os lucros sejam para dividir com os acionistas que "nada produzem e que tudo levam", os trabalhadores reclamam à istração da Sumol+Compal que "cumpra a sua parte no que respeita à sua responsabilidade social (...) na distribuição da riqueza de forma mais justa, num maior respeito pelos trabalhadores, por aqueles que criam riqueza".
A dirigente do Sintab Mariana Rocha, também coordenadora da União dos Sindicatos do Distrito de Leiria, afirmou à Lusa, num balanço do primeiro dia de greve, que "das sete linhas que a empresa tem a laborar, seis estiveram paradas".
"A adesão foi quase 100%", declarou Mariana Rocha, recordando as paralisações anteriores, em abril e maio, dois dias de greve em cada um destes meses.
A dirigente sindical garantiu que os trabalhadores "estão muito determinados, caso a empresa não ceda", a haver nova greve em julho.
"Ainda não está previsto, mas estão determinados", assegurou, adiantando que o Sintab espera que "a empresa ponha fim a este conflito".
Mariana Rocha esclareceu que houve reuniões com a empresa, tendo o Sintab aguardado que, com a terceira greve, houvesse o por parte da unidade.
"Mesmo com o pré-aviso, podia ser desmarcada a greve de hoje", declarou, esclarecendo que a empresa nada disse sobre uma eventual nova proposta.
Segundo Mariana Rocha, "os trabalhadores aguardam uma resposta positiva, caso a empresa não o faça, vão continuar a luta".
"Eles estão determinados e disponíveis, porque não aguentam mais. (...) A empresa tem margem" para aumentos salariais, considerou a dirigente.
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