Segundo Vítor Hugo Salgado, os dois enfermeiros e demais elementos da equipa foram de imediato substituídos nas funções.
A deteção daqueles dois casos ocorreu no âmbito dos testes que a autarquia mandou realizar esta semana, a título preventivo, aos colaboradores e utentes da instituição, envolvendo 250 pessoas (120 funcionários e 130 utentes).
Os testes aos utentes da Santa Casa da Misericórdia, incluindo os que tiveram o com os dois enfermeiros infetados, ainda decorrem nas instalações.
Esta semana foram também realizadas análises a 32 utentes de um lar em Santa Eulália, cujos resultados deram negativo, prevendo-se que avancem estes dias os testes nos seus colaboradores.
Caso haja situações de idosos com covid-19 no concelho, a autarquia tem preparadas, numa escola de Infias, instalações de retaguarda para os receber, com capacidade para 60 camas, 10 das quais articuladas, contando ainda com o apoio, se necessário, de uma unidade hoteleira da cidade.
A medida de avançar com testes nos lares foi anunciada na sexta-feira e, à data, estimava-se que pudesse abranger cerca de 600 pessoas em Vizela, uma vez que, além das instituições que assistem idosos, iria ser estendida aos profissionais de saúde e elementos da proteção civil do concelho.
Contudo, o presidente da câmara receia que a intenção do município enfrente dificuldades devido à insuficiência de 'kits' que permitam realizar as análises, obrigando a que "o processo decorra a conta-gotas".
"Os testes em Portugal são um bem precioso", lamentou.
Vítor Hugo Salgado acentuou, por outro lado, não perceber a razão de o Governo ter avançado esta semana com análises em lares nas regiões Centro e Sul do país e a medida não incluir "um único lar do Norte", onde, acentuou, o problema é mais grave, com um número de infetados mais elevado.
"É uma situação profundamente lamentável e incompreensível", reforçou.
Face à insuficiência de testes para deteção da covid-19, o presidente da câmara assumiu à Lusa temer que a situação na região Norte seja mais grave do que os números oficiais indicam, defendendo, também, que o estado de emergência seja prolongado e com medidas mais rígidas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 828 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 41 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito na terça-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 160 mortes, mais 20 do que na véspera (+14,3%), e 7.443 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 1.035 em relação a segunda-feira (+16,1%).
Dos infetados, 627 estão internados, 188 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.