Covid-19: São João presta apoio psicológico a doentes e familiares

Nove psicólogos com experiência ou formação em situações de crise estão a acompanhar diariamente, via telefone, doentes infetados pelo novo coronavírus, bem como seus familiares no Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto.

Nova ala pediátrica do S. João, no Porto, terá 10 mil metros quadrados

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Lusa
13/03/2020 11:35 ‧ 13/03/2020 por Lusa

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Como é que as famílias estão em casa e se estão acompanhadas e estáveis, bem como saber o que reserva o futuro "num cenário em que o desconhecimento sobre a doença impera", ou preocupações e desabafos relacionados com a culpabilidade por eventual transmissão da doença, têm sido as abordagens mais frequentes dos doentes infetados que estão a ser acompanhados no CHUSJ, disse, esta manhã, aos jornalistas, o diretor de serviço de psicologia do Hospital de São João, Eduardo Carqueja.

"Querem saber se as pessoas estão estáveis em casa também. A dimensão da família é muito importante. Manifestam dúvida sobre o que lhes vai acontecer. E há doentes que manifestam uma culpabilidade por terem transmitido [o vírus] a familiares e amigos. O que temos transmitido é que a culpa é do vírus. Pode ter existido, eventualmente, alguma irresponsabilidade das pessoas, mas cabe-nos explicar e normalizar. O que está a acontecer é decorrente de uma situação extraordinária e desconhecida", explicou Eduardo Carqueja.

atual equipa de nove psicólogos foi constituída e está a trabalhar desde o início desta semana, podendo vir a ser reforçada se tal for considerado necessário.

De acordo com Eduardo Carqueja, pelo memos 20 doentes já solicitaram ou autorizaram intervenção psicológica, a qual é prestada por telefone para evitar usar recursos que possam vir a ser necessários em outro nível de intervenção, bem como para limitar o o ao estritamente necessário.

O serviço de psicologia do CHUSJ tem atualmente 28 psicólogos e está a trabalhar em conjunto com o serviço de infecciologia, tendo sido criado um protocolo específico de intervenção psicológica dedicada ao surto de Covid-19, que já foi declarado como pandemia pela Organização Mundial de Saúde.

Eduardo Carqueja acrescentou que a equipa inclui psicólogos da área da pediatria, bem como da área de infecciologias.

"Não há casos diagnosticados na área da pediatria, mas se vier a registar-se estaremos preparados quer para acompanhar psicologicamente a criança quer os pais", garantiu o diretor do serviço de psicologia do CHUSJ.

Quanto à forma como estão a ser levados a cabo os telefonemas para acompanhamento psicológico a infetados e familiares, o psicólogo do Hospital de São João afirmou que o protocolo que está a ser seguido "é breve", mas frisou que a equipa estará "disponível o tempo que o doente considere necessário".

"Estamos disponíveis para qualquer situação ou necessidade. Tivemos sessões de 20 minutos ou meia hora e sessões que ultraaram uma hora. Tudo depende da disponibilidade do doente no momento. O doente conduz o telefonema. Isso é para nós um ponto de honra", sublinhou.

Esta intervenção inclui a distribuição de material informativo da Ordem dos Psicólogos Portugueses, a qual tem como título "Covid-19, como lidar com uma situação de isolamento".

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), dos 1.308 casos suspeitos, 172 aguardam resultado laboratorial.

Há ainda 5.674 os em vigilância pelas autoridades de saúde.

O boletim de hoje indica que há 11 cadeias de transmissão ativas, quase o dobro das registadas na quinta-feira.

Dos 112 casos confirmados de Covid-19 em Portugal, 107 estão internados.

Entre os doentes internados estão os casos de um menino com menos de 10 anos e de 15 jovens entre os 10 e os 19 anos.

Existem dois casos de doentes infetados internados acima dos 80 anos e seis entre os 70 e os 79.

Em todo o mundo já foram infetadas mais de 131.000 pessoas e morreram mais de 4.900.

Em Portugal, o Governo decretou na quinta-feira o estado de alerta, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.

 

 

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