"Olho por olho". Do apoio à retaliação ou 'cautela', que dizem iranianos?

Ataques entre Irão e Israel decorrem há mais de 24 horas e 'fizeram' a comunidade internacional quase toda pedir contenção.

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© ATTA KENARE/AFP via Getty Images

Teresa Banha
14/06/2025 15:53 ‧ ontem por Teresa Banha

Mundo

Médio Oriente

Em pouco mais de 24 horas, Israel atacou o Irão, Teerão não demorou a responder e, num entra e sai de abrigos em Telavive e outras cidades israelitas, já há dezenas de mortos e centenas de feridos.

 

O número de mortos no Irão é bem superior aos das vítimas mortais em Israel, com cerca de 80 'vs.' três. Quanto aos feridos, verifica-se o mesmo: centenas no Irão, dezenas em Israel.

No Irão, as 'baixas' em termos de altos comandantes é já de quase 20 oficiais. A destruição, no entanto, está dos dois lados, com prédios destruídos.

Nas zonas já devastadas pelos ataques israelitas, alguns iranianos mostram apoio aos líderes que deram 'luz verde' para uma resposta ao ataque de Telavive, que aconteceu na madrugada de sexta-feira.

"Israel matou os nossos comandantes e o que é que eles esperam em troca? Um beijo?", questionou Mahmoud Dorri, um taxista de 29 anos, quando abordado pela Associated Press (AP). "Iremos atrás deles para os castigar: olho por olho", garantiu.

Já uma professora iraniana, de 31 anos, saiu também na defesa de Teerão, apontando ainda que a agressão a Gaza é condenável.

"Alguém devia parar os israelitas. Eles pensam que podem fazer o que quiserem em qualquer altura", afirmou Pari Pourghazi à AP, acrescentando: "O Irão mostrou que os israelitas estão errados, apesar de poderem esmagar as pessoas de Gaza ou do Líbano através de bombardeamentos pesados."

Outros iranianos, têm outro ponto de vista, afirmando que este é um conflito que deve acabar o mais rapidamente possível.

"Apoio o meu país. Os israelitas cometeram um erro ao lançar ataques contra o Irão, mas espero que isto acabe", explicou Houshang Ebadi, de 61 anos, mecânico de automóveis. "A guerra não vai dar frutos para nenhum dos lados", defendeu.

Os ataques israelitas, efetuados por 200 aviões contra uma centena de alvos, atingiram sobretudo Teerão (norte) e a central de enriquecimento de urânio de Natanz (centro).

O Irão retaliou lançando centenas de mísseis contra território israelita, com explosões registadas sobre Telavive e Jerusalém, que mataram pelo menos três pessoas e deixaram dezenas de feridos.

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