As concentrações destinam-se também a protestar contra o que os organizadores classificam como "o autoritarismo" do Governo de Trump.
A controversa parada militar, que decorre no dia do seu 79.º aniversário, tem sido criticada pelas entidades que convocaram os protestos e outras figuras que consideram que o Presidente está a tentar alimentar o seu ego com um evento que, na verdade, servirá para celebrar o 250.º aniversário da fundação do Exército dos Estados Unidos.
A jornada de contestação foi batizada como "Dia sem Reis", porque os seus organizadores consideram que o magnata nova-iorquino se tem comportado como um desde que regressou à Casa Branca, a 20 de janeiro deste ano, sublinhando também que o Presidente está a usar o Exército, precisamente fundado para enfrentar a monarquia britânica, para se cobrir de glória.
"A 14 de junho, Dia da Bandeira, o Presidente Trump quer tanques nas ruas e uma exibição televisiva de domínio no seu aniversário. Um espetáculo que pretende simular força. Mas o verdadeiro poder não se exibe em Washington. Ele ergue-se em todo o lado", lê-se na convocatória para o "Dia sem Reis".
"Dos quarteirões das cidades até às pequenas localidades, dos degraus dos tribunais aos parques comunitários, agimos para rejeitar o autoritarismo e mostrar ao mundo como é realmente a democracia", acrescenta-se na mensagem divulgada na Internet.
Não foi deliberadamente convocada qualquer ação em Washington, para tentar evitar que o que acontece na capital seja "o centro de gravidade", e espera-se que o protesto de Filadélfia, cidade situada 200 quilómetros a nordeste da capital e considerada o berço do movimento independentista e da democracia norte-americana, seja um dos maiores que hoje se realizarão.
"A 14 de junho, estaremos onde ele não está: para dizer não aos tronos, não às coroas, não aos reis", conclui a mensagem dos organizadores.
Tanto a parada militar como o "Dia sem Reis" surgem após uma semana tumultuosa em que os protestos contra as agressivas rusgas do Governo Trump para apanhar migrantes para cumprir a sua política de deportação em massa, que quer alcançar o número recorde de 3.000 imigrantes por dia, desencadearam motins em Los Angeles, desde 06 de junho, e encontraram eco noutras cidades, com centenas de detenções em todo o país.
Trump disse que, em Washington, o dia será celebrado "em grande estilo" e deixou uma ameaça aos potenciais manifestantes, avisando que "se houver algum protesto, quando surgir, enfrentará uma força muito poderosa".
O Presidente norte-americano decidiu também mobilizar milhares de soldados da Guarda Nacional para reprimir os protestos em Los Angeles, uma decisão criticada pelas autoridades locais, que acreditam que os tumultos estavam sob controlo e que a ordem de Trump apenas teve como objetivo aumentar a tensão.
Um juiz federal considerou na quinta-feira que a decisão do Presidente é ilegal, embora um tribunal de recurso tenha suspendido a ordem horas depois.
Por seu lado, o governador do Estado do Texas, Greg Abbott, seguiu as adas de Trump e anunciou na quinta-feira que ordenou o destacamento de mais de 5.000 efetivos da Guarda Nacional, juntamente com mais de 2.000 polícias estaduais, para dar resposta às manifestações em preparação para o "Dia sem Reis".
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