Berlim anuncia nova ajuda militar a Kyiv (mas sem mísseis Taurus)

O ministro da Defesa alemão, de visita a Kyiv, anunciou hoje a disponibilização de ajuda militar adicional de 1,9 mil milhões de euros à Ucrânia, mas não prevê fornecer mísseis de longo alcance Taurus.

Boris Pistorius

© Bernd von Jutrczenka/picture alliance via Getty Images

Lusa
12/06/2025 18:38 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Planeamos (disponibilizar) mais 1,9 mil milhões de euros", declarou Boris Pistorius numa conferência de imprensa.

 

"No total, a Alemanha apoiará este ano a Ucrânia com cerca de nove mil milhões de euros", acrescentou o ministro, que realiza a primeira visita à Ucrânia enquanto membro do Governo do chanceler conservador, Friedrich Merz.

O novo pacote de ajuda militar da Alemanha, o segundo maior fornecedor de ajuda à Ucrânia a seguir aos Estados Unidos, tem ainda de ser aprovado pelo parlamento, indicou Pistorius, falando ao lado do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

"A Alemanha está disposta a tomar a seu cargo ou a participar no financiamento de sistemas de disparo de longo alcance produzidos na Ucrânia", em conformidade com os termos de um acordo com Kyiv já anunciado em meados de maio, afirmou Pistorius.

Serão também colocados à disposição do Governo ucraniano fundos para que possa "comprar material à indústria de armamento ucraniana", que poderá assim melhor explorar as suas capacidades", acrescentou.

No entanto, quando questionado sobre se a Alemanha tencionava fornecer mísseis Taurus à Ucrânia, o ministro da Defesa respondeu: "Está a perguntar-me se estamos a pensar nisso, a minha resposta é não".

Há mais de um ano que Kyiv pede, em vão, que Berlim lhe forneça esses mísseis de cruzeiro alemães com um alcance de mais de 500 quilómetros.

O ex-chanceler social-democrata Olaf Scholz (2021-2025) sempre se recusou a fazê-lo, e o sucessor, Friedrich Merz, que tomou posse no início de maio, tinha sido favorável ao fornecimento a Kyiv destas armas, que podem atingir o território russo, mas acabou por optar por apoiar a produção de mísseis de longo alcance na Ucrânia pela indústria de armamento local.

Os primeiros sistemas deste tipo estarão prontos "nos próximos meses", precisou Pistorius.

Moscovo avisou antecipadamente que o fornecimento de mísseis Taurus à Ucrânia seria encarado como um envolvimento de Berlim na guerra.

A deslocação a Kyiv do ministro da Defesa alemão ocorre numa altura em que a Ucrânia está a ser alvo de uma vaga de bombardeamentos russos intensos e as negociações entre os dois países estão num ime.

"Ninguém pode seriamente acreditar que [o Presidente russo] Vladimir Putin esteja realmente interessado em conversações sérias sobre um cessar-fogo, uma trégua ou mesmo sobre a paz", observou Pistorius.

"Temos de registar a ausência de vontade da Rússia em procurar a paz" reforçando a ajuda à Ucrânia e a pressão sobre a Rússia, sustentou o ministro alemão.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

As negociações entre as duas partes estavam completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo continuando a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território, até este ano se realizarem duas rondas negociais sem grandes avanços, em Istambul, na Turquia.

A Ucrânia pede aos aliados garantias sólidas de segurança, para evitar que Moscovo volte a atacar, ao o que a Rússia quer uma Ucrânia "desmilitarizada" e que entregue os territórios que a Rússia afirma ter anexado, o que Kyiv considera inaceitável.

Leia Também: "Temos de acabar com a guerra e queremos pôr-lhe fim este ano", diz Kyiv

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