Entra em escola e faz 10 mortos. O que se sabe sobre tiroteio na Áustria?

Entre alunos e professores, o atirador matou nove pessoas – oito alunos e um adulto, seis do sexo feminino e três do sexo masculino – e feriu 12. Um dos feridos acabou por morrer mais tarde no hospital devido aos ferimentos.

O ministro do Interior, Gerhard Karner, já tinha dito que duas das vítimas estavam em "estado muito crítico" e que tinham sido transportadas para o hospital de helicóptero.

Para o massacre, o jovem levou duas armas, uma delas adquirida há pouco tempo. No final dirigiu-se para uma das casas de banho da escola, onde se matou.

As duas armas usadas no ataque – uma caçadeira e uma pistola – estavam ambas registadas como "propriedade legal do suspeito", que tinha licença para uso e porte de armas, revelaram as autoridades.

Apesar de ainda não ser oficial, os jornais austríacos, como o Kronen Zeitung, estão a avançar que o jovem, que não chegou a terminar o 12.º ano, terá sido vítima de bullying quando era aluno daquela escola.

Tanto os alunos como os funcionários da escola e respetivos familiares estão a receber apoio psicológico. A cidade está de luto, com uma bandeira negra hasteada, e o governo decretou três dias de luto nacional.

Como a polícia ainda está a investigar, com uma operação policial em curso, a escola permanece isolada. O ministro do Interior afirmou que a "situação ainda é pouco clara", mas sabe-se que o tiroteio teve um "único atirador". 

Já numa conferência de imprensa ao início da tarde, o chanceler austríaco, Christian Stocker, reconheceu que é um "dia sombrio na história do país" e uma "tragédia nacional". Pediu também aos cidadãos que mostrem "união”" neste momento.

Na quarta-feira às 9h00 (10h00 em Lisboa) será feito um minuto de silêncio em toda a Áustria, em memória das vítimas.

O que falta saber?

A identidade do atirador e ex-aluno da escola ainda é desconhecida, bem como as idades e identidade das vítimas mortais.

Testemunhas relatam "grande choque"

Quem vive perto da escola, como é o caso do estudante Mark Nolden, de 22 anos, descreve o ataque como um "grande choque".

"Vivo em frente, no bairro, e conheço algumas das crianças que frequentam esta escola. É um grande choque para mim. Espero que todos estejam bem. É uma situação que parece saída de um filme, especialmente toda a incerteza", contou Mark Nolden ao jornal austríaco Kronen Zeitung.

Sandra Roller e Franz Wegscheidler também vivem em frente a escola e dizem ter ficado em "pânico".

"Tenho dois filhos e estou em choque. Vi uma pessoa ferida e uma mãe que não conseguia encontrar o filho", resumiu Sandra Roller ao jornal Steirerkrone.

"Choque" e "tragédia". As reações ao tiroteio

O ataque deixou a Europa em choque, com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a lamentar que as escolas se estejam a tornar lugar de "morte e violência", quando deviam ser "símbolos de juventude, esperança e futuro".

Em Portugal, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, recorreu ao X (ex-Twitter), para manifestar "choque e consternação" pelo ataque.

[Notícia atualizada às 17h38]