Adérito Lopes quebrou o silêncio depois de ao cair da noite de terça-feira, 10 de junho, ter sido violentamente agredido à porta do teatro 'A Barraca' por um grupo ultranacionalista de extrema-direita.
O Notícias ao Minuto teve o a um comunicado através do qual o ator confirma ter sido "agredido violentamente no rosto".
"No ado dia 10, data em que me preparava para exercer o meu ofício – neste caso, representando a figura maior da nossa literatura, Luís Vaz de Camões –, na minha chegada ao teatro, fui absolutamente surpreendido por um cruel e brutal ato de violência, totalmente gratuito, sem que da minha parte tivesse havido qualquer ação em relação à pessoa do agressor ou em relação a qualquer outra pessoa ali presente.
"Entendo que este vil ataque de que fui vítima tem de ser exemplarmente investigado e punido pela justiça, em homenagem a princípios constitucionalmente consagrados, como o do direito à integridade pessoal, aplicáveis a todos os cidadãos do nosso país", realçou.
Adérito Lopes mostra-se empenhado em "não prejudicar a investigação que a situação justifica" e esse é o motivo pelo qual não pretende, por ora, pronunciar-se publicamente sobre este ataque, o que somente fará "em sede própria".
Quanto aos motivos desta decisão, explicou: "A minha posição não é motivada por medo, mas pelo facto de entender que é à justiça que cabe resolver este assunto e também por não querer transformar este incidente num trampolim publicitário ou numa oportunidade mediática a favor do agressor e/ou de grupo de que alegadamente fará parte".
O ator, protagonista do espetáculo 'Amor é um fogo que arde sem se ver', onde dava vida à personagem Luís de Camões, agradeceu, "comovido", "todas as manifestações de afeto, indignação e respeito que tenho recebido de colegas, alunos, encarregados de educação, professores, artistas, políticos, amigos, cidadãos anónimos, órgãos de Estado e personalidades públicas".
Por fim, Adérito Lopes citou "por ironia ou destino", os versos do poeta Luís Vaz de Camões:
"E se eu mais der a cervis, a mundanos acidentes,
Duros tiranos e urgentes,
Cale-se esta confusão; cante-se a visão de paz."
— Luís Vaz de Camões.
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