Brasil. Companhias aéreas negociam ajuda do Governo para evitar falência

As três principais companhias aéreas do Brasil, Azul, Gol e Latam, duramente afetadas pela pandemia provocada pelo novo coronavírus, estão a negociar uma ajuda financeira com o Governo brasileiro para evitar processos de falência.

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Lusa
27/05/2020 18:55 ‧ 27/05/2020 por Lusa

Economia

Brasil

O Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES), órgão estatal que financia projetos e empresas do país, iniciou uma negociação com as três companhias aéreas para a concessão de uma linha de crédito capaz de impedir que as empresas tenham o mesmo destino que a Avianca Brasil, que declarou falência no ano ado.

Segundo a proposta, espera-se que cada companhia aérea receba até 2 mil milhões de reais (cerca de 343 milhões de euros) em recursos, uma oferta que também prevê a participação de instituições financeiras privadas.

A subsidiária brasileira da Latam manifestou interesse na proposta do BNDES, mas afirmou que as partes ainda não chegaram a um acordo e ainda estão em negociação.

A Latam, maior grupo de transporte aéreo da América Latina, pediu falência nos Estados Unidos da América na terça-feira devido ao impacto do novo coronavírus, mas não incluiu suas subsidiárias na Argentina, Paraguai e Brasil no processo.

A Gol, líder do mercado doméstico brasileiro, enfatizou que a confirmação das negociações com o banco de desenvolvimento "não representa aceitação dos termos propostos pelo BNDES e pelo sindicato dos bancos, que serão objeto de discussões e negociações entre as partes" ao longo da semana.

Já a Azul se recusou a fazer qualquer tipo de comentário e disse apenas que "continua negociando a proposta do Governo brasileiro".

Nesse cenário, a agência de classificação de risco Fitch destacou recentemente a importância das negociações das companhias aéreas com o BNDES, perante a "alta incerteza sobre a magnitude e duração da erosão do fluxo de caixa nos próximos 12 meses".

"Essa entrada de caixa é uma consideração importante de crédito no momento e qualquer atraso significativo ou falha em chegar a um acordo pode levar a ações adicionais de classificação", disse a Fitch, que na semana ada rebaixou as notas da Gol e da Azul.

À semelhança de outros países, o setor aéreo brasileiro foi um dos que mais sentiu a pressão sufocante da crise provocada pela pandemia de covid-19, com uma queda de 92% no tráfego doméstico e 100% no tráfego internacional, de acordo com a Associação Brasileira de Companhias Aéreas (Abear).

A pandemia forçou o setor a rever as previsões otimistas que tinha no início do ano, quando projetava um crescimento entre 6% e 9% em termos de procura.

"É impossível fazer projeções, quem está fazendo isso [pratica] futurologia", disse o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz.

Apesar das dificuldades e desafios, Sanovicz enfatizou que o setor entrou na crise do novo coronavírus com "bons músculos" após a saída da Avianca do mercado brasileiro.

Já o Governo brasileiro confirmou que entrou em alerta após o pedido de recuperação judicial da Latam, mas disse estar confiante de que a linha de crédito negociada pode dar tempo às empresas.

"Estou certo de que essa linha de crédito será fundamental, mais um o na ajuda do Governo às empresas de aviação", afirmou o ministro da Infraestrutura do Brasil, Tarcisio Gomes de Freitas.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 350 mil mortos e infetou mais de 5,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

 

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